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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Colheita de 2013

«Como clube trabalhamos com um plano de 15 anos, mas com os jogadores marcamos um ciclo de três anos.» Foi desta forma que Antero Henrique descreveu o modus operandi do FC Porto, numa entrevista à Marca em 2013, naquela que foi a sua penúltima entrevista como dirigente do FC Porto - a última foi esta, em 2013, na altura como promoção ao Museu do FC Porto. Depois, acabaram os títulos, acabaram as entrevistas de Antero Henrique, na eterna relação causa-efeito ou efeito-causa.

Nunca se percebeu muito bem a questão do plano de 15 anos, pois os dirigentes são eleitos para mandatos de 3 a 4 anos, mas os ciclos de três anos para os jogadores eram compreendidos, no plano do recrutamento-desenvolvimento-rendimento. E com isso vemos, com curiosidade, como ficou a colheita de 2013, precisamente o último ano em que o FC Porto conseguiu o título.

As chegadas para 2013-14
Foram mais de 35M€ investidos em Reyes, Tiago Rodrigues, Ricardo, Josué, Carlos Eduardo, Licá, Herrera, Ghilas, Quintero e Bolat. Nenhum destes jogadores saiu para cumprir o tal ciclo de valorização a três anos. E o único jogador que conseguiu ter uma sequência de rendimento e influência na equipa titular foi Héctor Herrera, que até é um mal-amado para muitos adeptos do FC Porto. Se assim é, isso diz muito sobre o sucesso da colheita de 2013. E foi este o ano em que tudo começou a falhar - Vítor Pereira conseguiu adiar os problemas durante dois anos. 

Mas lá está, a culpa era de Paulo Fonseca, não era? Quando um treinador não é capaz de ter um reforço que cause um impacto considerável na equipa A, é difícil pedir o quer que seja. Ter chegado a janeiro na liderança do campeonato já foi bem mais significativo do que se possa pensar. Na altura, era sem dúvida fácil criticar e questionar porque é que Quintero ou Ghilas não jogavam mais. O tempo, como costuma ser habitual, dá razão aos treinadores do FC Porto (Nuno Espírito Santo, esperemos, já merecerá outra sensibilidade por parte de crítica e adeptos). E Quintero é o caso mais flagrante. 

A questão já tinha sido aqui debatida. Paulo Fonseca tentou puxar por Quintero, mas Quintero não quis saber. Lopetegui tentou puxar por Quintero, mas Quintero não quis saber. E Nuno Espírito Santo entendeu, ainda antes do início da época, que não valia a pena tentar puxar por Quintero.

O talento está lá, o resto não. O mercado fechou e Quintero nem sequer encontrou um clube europeu onde jogar. Todos vimos, a espaços desde 2013, talento naquele pé esquerdo. Não deve ter havido muitos portistas a torcer o nariz à sua contratação em 2013, que até foi das mais celebradas no defeso. Mas a verdade é que havia uma grande razão para nenhum clube italiano o ter ido buscar ao Pescara, e para o facto de o FC Porto não ter tido grande concorrência na hora de o contratar.

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Contrato até 2021
Em agosto de 2013, Pinto da Costa disse isto: «Já o acompanhávamos na Colômbia, desde muito jovem. Na época passada foi observado no Pescara e sabíamos como era o seu modo de vida e a sua forma de estar dentro e fora do futebol. Sabíamos tudo sobre o Quintero». Um tiro completamente ao lado, pois ou Quintero mudou por completo desde que aterrou no Porto, ou é precisamente o «seu modo de vida e a sua forma de estar dentro e fora do futebol» que o impedem de ser um grande futebolista.

Não há nada a prender o FC Porto. Quintero já foi pago e a SAD tem 100% do passe. Mas não há justificação alguma para Quintero ter renovado por mais 4 anos em Janeiro, até 2021, para depois nem sequer entrar nas contas para 2016-17. Quem decidiu que Quintero ia renovar se o FC Porto não ia contar com ele para a próxima época? Em 2013, o presidente disse que o FC Porto sabia tudo sobre Quintero. Não sabia. Houve um erro de casting, acontece, todos os clubes os cometem. Mas em 2016 já tinha obrigação de saber. 

A não ser que o FC Porto consiga as tais royalties com todos os CDs de reggaeton que Quintero lançar até 2021 - imaginem o single Quintero ft. Dani Stone «Joder el Oporto (A culpa no es nuestra)» -, é um caso perdido. O mínimo seria ter arranjado um clube para suportar o empréstimo por um ano, mas nem isso. Aparentemente, para o próprio Ricardo Calleri, foi bem mais fácil tratar da renovação de contrato do que arranjar um clube para o jogador. É para isto que se pagam centenas de milhares a empresários?

Contrato até 2018
Além de Quintero, há a alarmante situação de Kayembé, o tal que tinha que dar craque. Não deu, confirmando o erro que foi comprar Kayembé nos moldes em causa. Um jogador que tinha acabado o contrato de formação com o Standard Liège acaba por custar 2,6 milhões de euros. Não foi exceção, mas regra, envolvendo novamente a Danubio, empresa ligada a Luciano D'Onofrio que tem feito vários negócios questionáveis com o FC Porto. Ainda se tentou arranjar um lugar para Kayembé como lateral da equipa B (com isso encostando Rafa!), passou por Arouca e Rio Ave, mas não ter clube para Kayembé nesta fase chama à responsabilidade quem avançou para a sua compra em 2014. 

No R&C do primeiro semestre, o FC Porto ainda devia 957 mil euros a esta empresa, não sendo claro em relação a que jogador, mas significa que ainda há investimentos que estão a ser pagos e que não estão a ser rentabilizados. Proteger e rentabilizar os ativos da SAD é o mínimo que se exige a qualquer administração. Os dispensados para o FC Porto são, por norma, jogadores muito interessantes para outros clubes (até Marega já marca em Guimarães). Então, como se justifica a ausência de colocação para Quintero ou Kayembé, dois jogadores que custaram mais de 12 milhões?

6 comentários:

  1. O FC Porto esteve uma época inteira sem avançado. Teve de ser o Vítor Pereira a fazer de olheiro e a exigir Jackson Martinez, se não era menos um campeonato. Entretanto vieram uma enchurrada de flops, era assim que faziam as coisas.

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  2. peço desculpa mas ja estou noutra. AH paz a sua alma devia ter levado com ele reinaldo teles e o cerqueira da comunicaçao. Mas ja estou noutra. Vi a seleçao e vi um andre macio, macio, hoje sem força fisica ou muito , muitom quyrere nao se chega a lado nenhum no futebol, so suplesse mao da. Estpou noutra, temos o guimaraes e temos de ganhar, nao vai ser facil.

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  3. um texto que demonstra bem o mau trabalho de antero

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  4. Sendo assim, a quem devem ser imputadas responsabilidades para ter estes dois jogadores sem clube? Custava assim tanto emprestar os jogadores nem que fosse a suportar os seus salários? É que ter um activo, assalariado, e que não está a jogar em nenhuma equipa é simplesmente deitar dinheiro ao lixo além de que está a desvalorizar a cada dia que passa. Penso que não faltariam clubes em Portugal que não se importavam de ficar com algum dos dois.
    De muitas perguntas que ficam no ar, como é possível que desde Abril e da tal restruturação do plantel do Fc Porto não houve tempo para tratar disto? Não sei se é irresponsabilidade se é incompetência, mas independentemente de qual for o responsável, ninguém na SAD pode assobiar para o lado.

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  5. boas a todos

    lembro que Anderson quando chegou ao FcPorto andou muito tempo a estagiar na equipa B

    Quintero e Kayembé são dois activos do FcPorto e se mostrarem vontade jogam pela a equipa B até Janeiro. Se não mostrarem a humildade suficiente para trabalharem às ordens de Luis Castro treinando como os outros, então não lhes paguem o ordenado. Na maioria das empresas quem não produz não merece receber o ordenado.

    Sobre Quintero acho que não houve só um erro de casting, houve sim alguem que não percebeu que o jogador numa equipa tem de ser ele e mais 10. Foi assim habituado desde cedo e nas selecções mais jovens da Colombia. Quando veio para o FcPorto pensava que iram construir uma equipa à sua volta e que ele iria jogar como o playmaker ou o numero 10 que assumia todos os protagonismos do jogo inclusive as bolas paradas.Mas como ele vieram outros que também eram jogadores de determinado sistema e não vingaram como Adrian Lopez e Alberto Bueno.

    aí sim a culpa é da SAD que juntamente com os treinadores não montam um plantel baseados num sistema e com dois jogadores para o mesmo lugar. hoje Quintero olha para o plantel e vê lá Oliver Torres, Brahimi, Corona, Evandro, JCTeixeira, Otávio e desanima logo só de ver que não consegue ser superior a algum desses.

    Tiros no escuro à em todos os clubes, mas essa de renovar com o jogador quando não deram ao jogador a garantia de ser um dos dois números 10 da equipa num sistema montado para isso com dois médios defensivos atrás foi um grave erro. Quem assinou a decisão que assuma.

    Saudações Portistas

    11DruL0Vic

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    1. Quintero não pode jogar pela equipa B, pois não foi inscrito.

      Kayembé foi inscrito.

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